As meninas e mulheres quem conhecem a boate Cabaret!, na cidade de Porto Alegre, já devem ter estranhado, ao subir as escadas, uma mão que surge entre os vãos dos degraus, para ser simplesmente: pisada! O dono da mão, fica sempre lá embaixo se deliciando com os desfiles de sapatos, sandalhas e botas que por ali passam. Gentilmente, ele se dispôs a conversar, já sujo de pisadas e chutes que havia levado nas mãos e no rosto e autorizou a publicação desta entrevista, sem muitas especificações sobre si mesmo, apenas brevidades sobre seu personagem, como é conhecido: O Tarado da Escada.
Faixa roxa de karate, praticante há 6 anos, diz que tenta disfarçar durante os treinos, mas admite que adora apanhar das colegas que segundo ele, sempre acabam desconfiando. O Tarado da Escada, se considera um cara tranquilo, mora com a mãe e com a irmã, que não sabem do seu fetiche sexual com ‘pés e ponta-pés’, trabalha, e nos finais de semana, sempre que pode, adora ficar debaixo da escada do Cabaret, levando pisadas nas mãos e chutes na cara.
Segundo ele, seu fetiche é mesmo bem conhecido pelos freqüentadores dos lugares por onde passa, e por tempos já foi até entitulado como: O Tarado do pé da Praça da Encol, citado em crônicas de colunistas e jornalistas da cidade. Ele afirma lidar bem com essa fama, mas alega já ter encontrado gente que não ‘sabia brincar’.
Tarado da Escada- Aqui mesmo no Cabaret, encontrei uma menina que topou chutar minha cara, mas a cada festa que ela voltava, chutava mais forte. Acho até que já era uma demonstração de poder para as pessoas que estavam com ela. So que eu já estava correndo o risco de ficar sem os dentes, e não e esse o objetivo da minha diversão.
Tarado da Escada- Eu não sei mais se frequento aqui há 10, 12 ou 18 anos, mas venho desde que era Cabaret Voltaire, e sou bem tratado pela casa. De todas as escadas que eu já frequentei, a que me sinto melhor e a do Cabaret, as pessoas alem de já me conhecerem, me respeitam e lidam bem com o meu fetiche. Como gosto de ser pisado, uma vez tentei colocar bandanas nas mãos, para evitar ferimentos, mas as pessoas estranhavam ao ver uma mão com bandanas na escada e se assustavam, daí resolvi tirar, eu não gosto que as pessoas se sintam agredidas.
Camila Ali- E tu já trabalhou o teu fetiche psicanaliticamente?
Tarado da Escada- Sim, sim. Mas... não rolou.
Camila Ali- E onde se da o tesão mesmo desse teu fetiche? Esta nos pés ou nos sapatos? Tarado da Escada- Nos pés, nos sapatos, na verdade eu gosto mesmo e de uma bota sabe?! (comentou olhando para as minhas botas) Adoro apanhar na cara, levar chute mesmo. Mas a coisa não é assim, tem que ser trabalhada, aos poucos, como em toda relação. Tem que ir pisando de vagarinho. Mas aqui na boate a coisa é bem ligth, as vezes ate casais param pra ver, e alguns namorados permitem que suas namoradas me dêem umas pisadinhas.
Essa foi a breve conversa, na madrugada de domingo 25.04.10, embaixo da escada, onde ele terminou deixando bem claro:
‘Eu não gosto de agredir as pessoas, o respeito e muito importante, não gosto nem que as pessoas se sintam agredidas com o meu fetiche.’


20 comentários:
Parabéns Camila
veleu negao!
uau.
essa eu não esperava.
adorei.
tem essa foto aqui que 'ilustra' http://www.flickr.com/photos/waldomiroaugusto/3244400605/
que legal que u curtiu Pedro!
e a foto eh ohtima masmo,
mas prefiro nao publicar o rosto dele.
fantástico! conheço ele há anos, mas é a primeira vez que vejo algum tipo de "comunicação" vinda dele... ótimo!
Adorei essa reportagem.Muito bom e interessante.
entao, vou fazer uma serie de reportagens com o cara.
brigada Gaby, brigada Chico.
GEENTE QUE LOUCURA
hahahaha
tinha que por uma foto dele ai
sério,
cara mega famoso ha milanos!
mto tri!
Belo trabalho Camila.
Esta entrevista foi feita embaixo da escada ou sobre ela? Irreverência é tua marca, adorei. Deve ter dado uma super liga jornalística entre o entrevistado e a entrevistadora, hein? E tu, Cá..., usou tuas botas pra dar uma pisadinha tb?
Grande Alberto.. Sem esse cara o Cabaret não é o mesmo.. Ele que anima as noites no Beco.. Abraçãoo.. Felipe Noir..
grande Alberto, muito gente fina uma brasa!!!!
Camila, achei teu artigo muito legal. Não sei como você lembrou de tanta coisa de uma conversa às altas horas da madrugada.
Só valeu! Parabéns!
obrigada alberto, recebi teu material para segunda edição.
abraço
Aguardando a segunda postagem sobre o Beto.
Bah, simplesmente fez o que muita gente por aí gostaria de ter feito, parabéns de verdade. O "Rei" é figura carimbada do "Cabaretsnake" e sempre muito bem vindo. Um cara educado e tranquilo que sempre que adentra o recinto solicita uma Polar bem gelada, passado isso toma seu posto e por lá se diverte sem ofender ninguém, exceto algumas histerias adolescentes básicas. Para mim é como parte integrante da paisagem e como funcionário do local sugiro criar uma estátua dele em tamanho real para colocar no seu clássico lugar. Salvem todas espécies de "loucuras" pois elas só são "loucuras" por serem extremamente sinceras.
Muito Boa reportagem, também tenho esse mesmo fetiche desde pequeno e admiro dms esse cara!
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